terça-feira, 14 de dezembro de 2010

NO REINO DAS TREVAS

   Publico hoje mais duas ilustrações que efectuei para o Pen Tablet Inc e que, apesar de corresponderem a desafios diferentes, penso que se podem enquadrar numa mesma temática.
   A primeira foi para mim uma estreia. Embora, desde há muito leia várias coisas ligadas aos comics, confesso que nunca foi uma área que me atraísse especialmente em termos de desenho. Todavia, isso não quer dizer que não admire desenhadores que trabalhem ou tenham trabalhado nesse registo. Adoro os trabalhos de John Romita (pai e filho), Jim Lee, Frank Miller, Todd MacFarlane, John Byrne ou Neal Adams, para referir apenas alguns (poucos) exemplos. E, existem algumas séries que vou acompanhando com alguma atenção, como seja o caso de X-Men ou Batman, pelas quais nutro um especial carinho, embora haja fases que gosto mais do que outras. E, caso curioso, o desafio que me calhou foi o de ilustrar Batman. Aí, quis fazer o "Cavaleiro das Trevas" visto pelos olhos de um dos seus arqui-inimigos, o Joker, numa espécie de apologia da loucura: qualquer coisa do estilo, "ele acha-me louco, mas acaba, na forma como vê o mundo, por ser tão louco como eu!"
   A segunda serviu para ilustrar uma temática dedicada aos sonhos desfeitos. Aí, considerei que o derradeiro sonho desfeito é a morte. É uma inevitabilidade que assola toda a existência do ser humano desde que nasce. Quando se morre, acabam definitivamente todos os sonhos e projectos pelos quais se lutou uma vida inteira. Claro está que a morte pode representar o início de uma nova etapa, mas isso é outra história... E, depois também existe a influência da morte em vida, uma espécie de vislumbre do mundo das trevas, que pode assolar toda uma existência. É nessa galeria que eu enquadro Batman. Mais do que um justiceiro, é alguém que vive permanentemente numa orla obscura, que se situa entre a vida que representa enquanto Bruce Wayne e a morte que bem cedo assolou a sua existência...  

4 comentários:

  1. Excelente Batman, meu caro. Fiquei surpreendido, pois não te conhecia a queda para o estilo comics. Se calhar temos de pensar num super-herói à portuguesa para dar sequência à colaboração de "O Menino Jesus Fez-se Homem"...
    Aquele abraço!

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  2. Frederico Valarinho,
    Antes de mais, és muito bem vindo aqui ao meu canto. Em relação ao que dizes, como disse no texto, esse foi um desafio que me propuseram. Apesar de admirar algumas obras, desenhadores e argumentistas nos comics, essa nunca foi uma área que me atraísse especialmente, o que não quer dizer que não responda a novos desafios. Em realçaõ ao que sugeres, tens os meus contactos. Quando quiseres, podemos falar sobre isso. Um abraço.

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