terça-feira, 29 de junho de 2010

PUZZLE 7


Finalizo hoje a série de publicações que dediquei a Puzzle, mais um projecto incompleto, que aguarda melhores dias. E para encerrar, cá vai o desenho das guardas (obviamente, não é difícil reconhecer que a heroína é uma das meninas que figura no lado direito do blogue) e estudos para mais alguns personagens da história. Existem ainda mais alguns desenhos que oportunamente poderei mostrar, mas aquilo que considero ser o melhor sobre o que fiz para esta série está nesta publicação e em todas as que a precederam... 

sexta-feira, 25 de junho de 2010

FRED DIABRETE OU SANTO?

O Fred volta hoje à carga com mais dois desenhos que fiz para um postal. Caberá agora, a quem o quiser fazer, decidir se o miúdo é, na verdade, um diabrete ou, se à sua maneira, será um santinho. O desafio é simples: contemplem-no nas duas poses e decidam qual é a melhor para ele...

terça-feira, 22 de junho de 2010

PUZZLE 6

Volto hoje às publicações sobre Puzzle, para mostrar uma página que fiz unicamente pelo gozo. Levou-me  quase duas semanas de  laboração, num contínuo acto de experimentação. Apetecia-me, na altura, desenhar qualquer coisa que tivesse a ver com uma perseguição de automóveis e, confesso que, ainda não sabia em que parte da história a iria encaixar. Por isso mesmo, fiz apenas o que seria o início da sequência. É que na altura estava cheio de vontade de desenhar carros e queria experimentar mais as possibilidades do Photoshop no que diz respeito a brilhos, pormenores e toda uma panóplia de efeitos engraçados que se podiam utilizar, de modo a tornar o metal dos automóveis mais credível. Para isso, comprei várias revistas especializadas no assunto e até uma miniatura, daquelas muito detalhadas, do BMW. É que, como iria ser um carro que apareceria várias vezes, eu queria experimentar todas as posssibilidades que me viessem à cabeça. Porém, esta foi uma página de ensaio, que, afinal, nunca passou disso mesmo. Fica portanto ao critério de quem a vir, adivinhar o desfecho da cena... 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

CONTRA SELECÇÃO

   Andava eu a remexer nos meus arquivos à procura de coisas engraçadas para colocar aqui no blogue, quando encontrei este pequeno trabalho, do qual já nem me lembrava muito bem. Isto, integrava-se numa ideia que eu propus à Mandala, em 1998, em pleno auge do Contra Informação. A Dra. Mafalda Mendes de Almeida, diante de uns esboços que eu lhe apresentei, baseados nos bonecos que via todos os dias na televisão, adorou a ideia de os apresentarmos em banda desenhada. Falou-me então do Contra Selecção, um programa que estava a produzir (e que, inclusivamente, foi para o ar), dizendo-me que seria uma boa ideia preparamos um projecto para sair, provavelmente na TV Guia.
   Decidi então elaborar o que seria o primeira página (a figura que estão a ver reporta-se apenas a metade dela) e aguardei por uma resposta, que nunca mais veio... Tive pena, porque este tinha sido um projecto que me teria dado algum gozo e onde, confesso, teria a tarefa facilitada, pois não tinha que criar a partir dos rostos das pessoas, mas sim dos bonecos que iam aparecendo no pequeno ecrã. Hoje, em plena época de Mundial de Futebol, pensei que esta seria uma publicação que se adequaria ao momento...

terça-feira, 15 de junho de 2010

A VOZ DOS DEUSES - MAIS UM INÉDITO

Na continuação do que fiz na semana passada, cá vai mais um inédito de A Voz dos Deuses. Trata-se do desenho que concebi para as guardas, pois inicialmente os álbuns estavam previstos serem de capa dura. Como isso não se concretizou, cá vai então o desenho que tem permanecido, ao longo destes anos, guardado no meu estúdio.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

ILUSTRAÇÕES TEMÁTICAS



   Hoje publico duas imagens que fiz para blogues sobre ilustração, respeitando temáticas previamente lançadas.
   A primeira ilustra mais um desafio que me foi proposto pelo Pen Tablet Inc, cujo tema mensal era O Último a ficar de Pé. E o que me ocorreu, foi isto. Uma ilustração pessimista, reconheço, e que espero nunca mais se venha a concretizar. Ela fala sobre um medo que foi muito latente nos anos 70 e 80, mas que hoje continua ainda a ser bem real, sobretudo quando se fala, cada vez mais, de armas terríveis, que vão parar a grupos com ideologias e modos de acção regidos unicamente pelo fanatismo, que têm poder para as adquirir. E, na verdade, em certa medida, o desenho sendo pessimista, também é algo optimista, porque num confronto deste tipo, duvido que haja alguém que fique de pé...
   A  segunda pretendeu ilustrar a temática Ego, que me foi proposta pelo blogue The Way of Exploding The Pencil, um outro sítio que vale a pena visitar, pela qualidade dos trabalhos que lá se encontram, a exemplo do que acontece com o Pen Tablet. Confesso que foi uma temática que não me foi fácil conceber em desenho. Pretendi, no entanto, através de um ser algo assexuado, que nem é homem, nem mulher, nem novo, nem velho, que explode, referir-me ao que no fundo é o ego: o conjunto de interacções que temos com os outros, em que expomos aquilo que somos, pensamos, etc e que faz de nós seres únicos. Por isso, ilustrei como fundo, uma multidão sem rostos, à qual se dirigem os raios que têm origem nos olhos e na boca, alguns dos elementos do nosso corpo importantes nessas interacções.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

RES PUBLICA

   É já em Outubro, no Festival de Banda Desenhada da Amadora, dedicado precisamente à comemoração do centenário da República, que irá ser lançado o novo álbum de Jorge Miguel e Aida Teixeira, Res Publica.
   Como o nome indica, terá sido desta locução latina, que terá derivado a palavra república, uma vez que ela expressa o que é público, do povo. Por isso, a acção desta obra é dominada por pequenos episódios de gente do povo, cujas narrativas se vão entrecruzando, num período de fortes convulsões sociais que vai desde 1896, até 1917, quando os soldados portugueses partem, para tomar parte na Primeira Guerra Mundial. E,  entre os elementos desse mesmo povo, podemos ver alguns que se destacaram na época, como Eça de Queiroz ou Ramalho Ortigão, que faziam parte do grupo dos "Vencidos da Vida", no qual figurava também como membro honorário, o próprio rei D. Carlos. Mas também podemos observar o que acontece com alguns elementos anónimos, como Amâncio (Navalha) ou Adelaide (da Facada), imortalizados num célebre quadro de José Malhoa, outro dos elementos aqui presentes.
   Entre os factos históricos, estes episódios surgem também narrados com algumas pinceladas de humor aqui e ali, pretendendo ilustrar, no fundo, as várias cambiantes de vidas que vão formando alguns pequenos relatos de uma época profundamente agitada, mas também dotada de uma forte expressão artística...
   E porque é que eu falo deste álbum aqui? É que este é também um livro construido em equipa. E, se o timoneiro é obviamente Jorge Miguel, o grande obreiro da ideia e dos desenhos, também Aida Teixeira teve uma colaboração activa na elaboração dos textos e eu, no que às cores diz respeito. E, posso dizer, desde já que, para mim, este está a ser um desafio muito interessante, porque, pela primeira vez estou a colorir outros desenhos, que não os meus, tentando não destruir a identidade de um autor que já havia feito um excelente trabalho, no seu primeiro livro: Camões, De Vós Não Conhecido nem Sonhado?. E, se em blogues como Falta Apagar o Lápis, Inferno da Diabba, Leituras Bd e Notas Bedéfilas, podem obter mais algumas informações sobre esta obra que está em plena fase de laboração, aqui apresento, além da maqueta da capa, a reprodução daquela que será a primeira página do livro. Podem assim já ter uma pequeníssima ideia de como é que ele ficará...
   Oportunamente, uma vez que sou um dos cúmplices, voltarei a esta temática... Mas fica já a certeza de que em Outubro todos os mistérios deste álbum serão desvendados, lá para os lados da Amadora...

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A VOZ DOS DEUSES - CAPA INÉDITA

Uma vez que na última publicação (infelizmente, não pelos melhores motivos) falei sobre a experiência que tive com João Aguiar, na génese do álbum A Voz dos Deuses, decidi mostrar agora, aquilo que já tinha planeado fazer para daqui a mais algum tempo. Uma curiosidade que muitos não sabem é que a BD, adaptada a partir de A Voz dos Deuses, devido ao número de páginas, estava inicialmente programada para sair a preto e branco e em dois álbuns. Consequentemente, elaborei duas capas que, de certa forma, se complementariam. Uma é a que todos conhecem (excepto o lettering e o fundo vermelho que não são da minha autoria) e reuniria alguns momentos da acção do primeiro álbum. Teria como cor dominante o branco, em oposição àquela que hoje aqui apresento. Nesta, surgia em grande plano Viriato, de costas (uma vez que no livro nunca se lhe vê o rosto) e mais alguns momentos da acção desta feita, daquele que seria o segundo álbum. Todavia, não foi assim que as coisas aconteceram e, obviamente, esta foi uma ilustração que acabou por ficar guardada na gaveta...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

JOÃO AGUIAR - ADEUS AMIGO!

Legenda: A foto de família no lançamento de A Voz dos Deuses. Em cima, da esquerda para a direita: João Rodrigues, o editor; Nuno Galvão, o colorista e autor do stand e João Aguiar. Em baixo: Rui Carlos Cunha, o meu co-argumentista e eu.

    Há pessoas que passam pela nossa vida e deixam marcas indeléveis. João Aguiar, para mim, foi uma delas. Um dia, depois de ter lido com entusiasmo A Voz dos Deuses, pensei que estava perante um excelente livro para adaptar para banda desenhada. Decidi, então, encher-me de coragem e telefonar para o autor, por causa da questão dos direitos. A voz que me atendeu do outro lado do fio pareceu-me, de imediato, afável e amistosa. Logo ali, combinámos o primeiro de muitos almoços que, ainda hoje, recordo com saudade.
   O escritor, já eu o conhecia das linhas que, na minha cabeça, se transformaram de imediato em imagens, mas o ser humano que criou esses textos, digo-vos eu, ainda era melhor. Isto pode parecer um lugar comum, mas não é. Sempre disponível, acompanhou o desenrolar da obra a par e passo, tendo pedido unicamente, como pagamento de direitos, que lhe oferecesse apenas algumas pranchas que queria guardar, depois do livro estar pronto e publicado. Inicialmente passou-me pela cabeça que fosse ele a escrever o texto. Amavelmente, declinou a oferta e disse que preferia ver o que é que outros poderiam fazer com a obra. Foi nessa altura que decidi pedir ajuda ao Rui Carlos Cunha, para me ajudar com os textos, e ao Nuno Galvão, com as cores, pois senti que ia ter muito trabalho pela frente. Mas, de uma disponibilidade sem limites, João Aguiar foi sempre uma pessoa presente, durante as várias fases da criação: sugeriu-nos locais, emprestou-nos fotos, textos, ajudou-nos a desenvolver ideias, etc, etc.
   Recordarei para sempre, aquele olhar curioso e atento de um homem simples que, por acaso, já era um escritor famoso, mas, que, nem por isso, deixou de nos ajudar em todos os momentos. Assim, pensei que seria uma pequeníssima, mas justa homenagem, colocar aqui duas das muitas fotografias que foram tiradas, na altura do lançamento do livro no Festival da Amadora em 1994. E também aí, João Aguiar foi único. Começou por dizer que aquele momento era nosso, mas como insistimos e dissémos que a obra também era um bocadinho dele, porque, para além de ter sido da sua imaginação que ela nasceu, também ele foi uma pessoa sempre presente na fase da criação da BD. Aceitou, então, participar e acompanhar-nos nesse momento que para mim,  foi o concretizar de um sonho.
   Não é portanto muito difícil, calcular o que senti hoje à hora de almoço, quando ouvi nas notícias que o seu coração tinha deixado de bater. Por isso, finalizo este texto dizendo: desculpa lá a familiaridade, mas onde quer que estejas João, que Endovélico e todos os outros Deuses te acompanhem sempre,  lá longe, nesse pequeno paraíso, onde tu estarás a continuar aquilo que tão bem soubeste fazer por aqui: CRIAR!

terça-feira, 1 de junho de 2010

PUZZLE 5

Esta sequência, contrariamente às anteriores, não tem uma ordem específica. Veio-me à ideia, quando estava a fazer o segundo projecto de capa que aqui apresentei. Como já tinha uma boa parte da história bem gravada na cabeça, quis então ir mais além e ilustrar uma sequência de acção pura e dura. Para além disso, ficava já com parte da cena que serviria de suporte a essa capa, desenhada. Em termos de história, digamos que ela se insere, já depois da heroína ver o homem que, aparantemente morrera à sua frente, num momento fugaz, ao pé de uma praia. Ele também olha para ela, reconhece-a e foge, confundindo-se com a multidão. Cada vez mais intrigada com o rumo dos acontecimentos, ela decide então começar a investigar e vai sabendo, aqui e ali, que ele se dirige, sob uma das suas muitas identidades falsas, para uma aldeia recôndita do norte de Portugal e que, irá lá estar apenas momentaneamente, à espera de alguém que o irá buscar. Parte então no seu encalço, obtém informações numa taberna, de que ele vive numa casa isolada no meio da montanha, que só é visível de um determinado miradouro. A jovem vai ao local e tenta, segundo as informações que lhe deram, localizar o casebre, mas antes de ver seja o que for, é surpreendida... O curioso é que tanto a capa, como esta sequência, começaram a tomar alguma forma, quando, um dia, visitei Monsanto. Observando o que me rodeava, pensei que ali havia material muito bom para ilustrar a história que, na altura, se estava a burilar na minha cabeça...