terça-feira, 20 de janeiro de 2015

"A VIAGEM DO ELEFANTE" NO "HÁ TARDE"...


A todos os interessados deixo aqui uma ligação a parte do programa Há Tarde de hoje, dia 20, com Vanessa Oliveira e Herman José, onde pude falar um pouco sobre a adaptação para banda desenhada de A Viagem do Elefante, o meu mais recente projeto. Fica então aqui o linkhttp://shar.es/1bjgmE e estejam atentos mais ou menos ao minuto 18...

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

"A VOZ DOS DEUSES", UMA TIRA 20 ANOS DEPOIS...


Foi no ano passado que a minha primeira banda desenhada publicada, a adaptação de A Voz dos Deuses, de João Aguiar, feita em parceria com Rui Carlos Cunha, comemorou vinte anos de existência. Um pouco em memória desse facto, reproduzo hoje aqui uma tira da BD como eu, actualmente, considero  que deveria ter sido publicada: a preto e branco.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

"BONJOUR TRISTESSE"...


   Isto nunca me tinha acontecido. Já tinha feito a tira do Fred que iria sair esta semana, quando sou, de súbito, confrontado com esta triste notícia de que jornalistas, desenhadores e simples anónimos são assassinados em França. O alvo foi a conhecida  publicação Charlie Hebdo e os cartunistas foram assassinados, única e exclusivamente, porque os seus desenhos foram considerados ofensivos por um conjunto de idiotas que julgam combater e poder mudar a sociedade em nome de uma qualquer doutrina ou ideologia, deturpando em seu favor o pensamento islâmico que em boa verdade nada tem realmente a ver com isto... Infelizmente, já vimos o mesmo tipo de coisa no que se refere ao catolicismo e ao judaísmo ao longo da História, em que umas quantas minorias deturparam todo o pensamento que está por detrás dessas religiões em seu favor...
   É óbvio então que teria que fazer outra tira. Não podia deixar passar isto em claro, até porque este foi um acto que envolveu não só colegas de profissão, mas sobretudo porque foi algo que me deixou extremamente preocupado, porque cada vez mais sou assaltado por este pensamento insólito de que, em vez de estarmos a evoluir, parece que estamos a regredir...
   Hesitei muito se havia de colocar texto no desenho em que pretendi fazer uma pequena homenagem a todos os que morreram. E, é curioso ver como as ideias desenhadas por uns quantos lápis colocaram em fúria um conjunto de Kalashnikovs, cuja única coisa que sabem fazer é disparar indiscriminadamente. Depois, considerei que a imagem por si só funcionaria muito melhor nesta minha manifestação de repúdio contra todo e qualquer tipo de fundamentalismo. Muitos podem então dizer: os desenhadores morreram, porque os seus desenhos foram verdadeiras provocações, numa espécie de pensamento de que: quem semeia ventos... Mas agora pergunto eu: não é essa a função do humor?! E, além disso, quem quer que seja que se sentisse atingido pela provocação, não poderia muito bem passar ao lado dela, ignorando-a pura e simplesmente. Por isso, mais do que um acto contra a liberdade de expressão, considero que o atentado perpretado há dias atrás foi fundamentalmente um acto contra a liberdade, ponto final.
   Por isso, eu também sou Charlie e vivo os dias que correm com muito receio. É que este acto nem sequer é religioso, mas sim político. E tenho medo não só do fundamentalismo que o originou, mas também dos outros fundamentalismos que irá despertar, porque agora virão aqueles que dizem: vêem, eu bem vos avisei de que isto podia acontecer, iniciando-se uma perigosa reação em cadeia de destruição por ideias e pensamentos completamente palermas.
   Isto que aconteceu para mim só tem um nome: INTOLERÂNCIA! E fico muito preocupado, porque este mundo está novamente a avançar rumo àqueles tempos em que se queimavam livros na praça pública, porque se defendia que as palavras que estavam lá inscritas eram um incentivo à subversão contra uma qualquer ideologia reinante.
   Todavia tenho pelo menos a secreta esperança de que este atentado cobarde, hediondo e vil nos faça pensar duas vezes sobre que género de mundo é que queremos realmente construir. Pessoalmente, sou contra todo e qualquer tipo de fundamentalismo e não falo apenas daqueles que este atentado despertou e irá despertar, mas também daqueles pequenos fundamentalismos que vemos no dia-a-dia, de gente que existe por aí e considera que o mundo só se deve reger pelas ideias que defende, considerando todas as outras formas de pensar, agir ou fazer diferentes da sua como uma espécie de alvo a abater. E isso deixa-me muito preocupado. É que eu cresci numa sociedade em que se defendia que a diversidade e a pluralidade é que fazem avançar o mundo... e vejo com muito temor os dias que correm, com constantes deturpações de ideias em que muitas vezes o inimigo se esconde atrás de rostos anónimos... e isto é que, em relação a tempos idos, é realmente novo e muito, muito perigoso.
   E se os atentados ao World Trader Center foram efectivamente muito mais sangrentos e conduziram este planeta a uma série de histerias e paranóias crescentes, não sei muito bem o que é que poderá resultar deste crime que, apesar de não ter a dimensão do outro, foi extremamente grave, no sentido em que não pretendeu matar apenas pessoas, mas sim ideias e pensamentos. E isso deve-nos obrigar a parar um bocadinho e refletir sobre que tipo de futuro é que estamos realmente a construir...
   Desculpem-me este já longo desabafo. Sei que os desenhos devem falar por si, mas senti que, perante o que aconteceu, não podia ficar calado...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

FARDAS


Deixo hoje aqui um dos primeiros desenhos que elaborei para criação de fardas para eventos, feito nos primeiros tempos em que trabalhei em publicidade. E o engraçado é que, apesar de ter sido elaborado no final dos anos 90, este parece um tipo de vestido extremamente actual... pelo menos eu fiquei com essa impressão quando vi a ilustração nos meus arquivos...