A terminar esta série dedicada ao Celacanto, deixo então a versão colorida (no livro foi colocada uma a preto e branco) do trabalho com que participei.
terça-feira, 30 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
QUID NOVI IN IMPERIUM? - MAKING OF 5
Termino hoje a série que tenho apresentado sobre a feitura de uma página, mostrando a dupla já completa. Podem também já ver qual será o título do episódio que brevemente publicarei nesta página (que foi feito num ficheiro à parte, tendo como referência as medidas do espaço que desejava ocupar).
Mais uma vez, coloco o resultado das páginas só com a layer da cor (a tal obra quase abstracta, quando vista só por si), para se poder analisar melhor todo o trabalho feito. Resta-me dizer que esta é uma fase em que uso muito a fotografia, mas não sob a forma de decalque e adaptação. Posso utilizar imagens actuais, por exemplo, (porque me agrada um efeito qualquer de luz) para dar um maior realismo às cores, utilizando para isso o picker do Photoshop (aquela ferramentazinha que parece um conta gotas) a fim de capturar o tipo de cor que me interessa e depois trabalhá-la com sucessivas pinceladas, usando as ferramentas de selecção e do aerógrafo (no Photoshop) ou a variedade quase infinita de pincéis de que o Painter dispõe. Por isso, tudo aqui é digitalmente pintado (como aliás se pode ver) e não fotografado. Claro que, por vezes, uso alguns efeitos de luz para conferir um maior dramatismo à cena; outras vezes, porém, fabrico eu próprio com as cores esses efeitos, consoante o resultado que pretendo.
E pronto, considero que agora o trabalho está concluido. Falta só colocar o texto e posso passar à página que se segue.
terça-feira, 23 de março de 2010
LANÇAMENTO DO ECOZINE CELACANTO Nº 2 SOBRE O LOBO - AS FOTOS
Depois de, em devido tempo, ter divulgado o lançamento do ecozine Celacanto, dedicado ao lobo, hoje partilho algumas fotos sobre esse acontecimento, no qual tive um enorme prazer em participar. Na primeira, da autoria de Catarina Madruga, podem ver-se apenas alguns dos participantes (no total, como já referi, foram 80), com Marc Parshow, um dos responsáveis da Qual Albatroz, no meio e o representante do Grupo Lobo, numa das pontas (do lado esquerdo, para ser preciso). A seguir, pode-se ver um aspecto do lançamento propriamente dito, com Marc a assumir o leme, perante uma sala a rebentar pelas costuras. Na mesa, estão o responsáveis do Grupo Lobo, da Ordem dos Biólogos, do Grupo Entropia e do Museu de História Natural. A seguir, num registo da autoria de Paulo Marques (do Grupo Entropia) observe-se a boa disposição que reinou durante o jantar que se seguiu ao evento. Por fim, numa imagem de Gastão Travado, está o autor deste blogue, junto à sua criação que, a exemplo de muitas outras, estará em exposição no Museu de História Natural, até ao próximo dia 11 de Abril. E como as imagens valem mais do que tudo o que eu possa dizer, cá ficam então estes breves registos (com o meu agradecimento aos seus autores) de um dia que, para mim, foi, a todos os níveis, memorável.
sexta-feira, 19 de março de 2010
QUID NOVI IN IMPERIUM? - MAKING OF 4
Chegámos então à fase mais elaborada, mas também à que mais prazer me dá. É aqui que a página começa a ganhar vida própria. Para terem uma noção da complexidade de todo o trabalho de cor, posso dizer que, se a etapa anterior demora meio-dia na sua execução (um dia, no pior dos cenários), esta consome-me o tempo de quatro a cinco, na melhor das hipóteses (entre pinceladas no Painter e no Photoshop). E, claro está, que tudo isto varia com a dificuldade da própria página em si.
O facto de na fase anterior ter colocado aquilo a que designei de cores chapão, conforme se pode ver, permite-me tratar agora cada uma delas em separado. Chegou a altura dos degradés, sombras, pontos de luz, enfim tudo o que dê às cenas o dramatismo que pretendo. Conforme se pode notar, a primeira vinheta está praticamente completa. Noutras deixei apenas uma cor trabalhada, para se perceber melhor o processo. Ou seja, selecciono uma cor e vou-a retocando, até considerar que a solução me satisfaz. Como também se pode ver, os fundos já estão pintados. Não variando muito o cenário de vinheta para vinheta, optei por tabalhar todo o conjunto e dar-lhe então a sensação de nebulosidade de que falei há umas semanas atrás. Deixo também uma cópia só com o traço preto para verificarem que ainda não estava totalmente finalizado. Se se lembrarem, eu disse para repararem no lobo que aparece na terceira vinheta. Como facilmente se calcula, o animal, ali, emerge da névoa circundante e não está no mesmo plano do legionário. Assim, por cima do traço preto, dei alguns matizes da cor que utilizei e depois fundi-a com a mancha, dando-lhe por fim alguns retoques, com o intuito de criar uma sensação de distanciamento entre o animal e o homem que o aguarda.
Em relação à pelagem do lobo, reparem que não a deixei a preto, mas retoquei-a noutra layer com um magenta claro, próximo da tonalidade base (que irá variar entre brancos e magentas claros), deixando apenas o traço de contorno com a cor original, pois afinal estamos a falar de um gigantesco lobo branco. Mas reparem também na última vinheta em que o sangue jorra da garganta do homem: eu pretendia que o vermelho e o preto se fundissem. Consequentemente trabalhei este efeito em cima do preto, conforme se vê na cópia onde está apenas o traço já retocado.
A exemplo do que fiz no último post, deixo também uma cópia só com a mancha de cor, onde se percebe perfeitamente o que nesta fase já foi trabalhado e o que está por fazer. E, se repararem, coloquei um traço vermelho numa zona que não está trabalhada, porque ali vai entrar por cima o lettering com o nome da história (que já está feito noutro ficheiro e pronto a ser colocado na página). Como tal, nesta zona não vale a pena pintar, pois vai ficar escondida.
E, é agora e só agora, que esta história vai ter finalmente uma conclusão...
terça-feira, 16 de março de 2010
QUID NOVI IN IMPERIUM? - PROJECTO
E enquanto a história nova não vem (posso dizer que já está em fase adiantada de execução), deixo hoje uma ilustração que executei para as guardas do livro do tal projecto inacabado e independente das histórias curtas. Decidi colocar o herói de costas com um cenário de paisagem como pano de fundo, porque pensei que seria o que melhor reflecte o espírito da série. Afinal, quer no projecto inacabado, quer nas histórias curtas, a ideia que quis que transparecesse foi a da contínua sensação de viagem: quer física, quer psicológica. E é nessa jornada que as coisas vão acontecendo, por vezes fruto do acaso, mas muitas vezes irreversíveis nas opções e decisões tomadas. E, não é isso a vida, afinal? Finalmente, foi também um desenho onde pretendi destacar algo que gosto muito de fazer: os grandes espaços naturais (aqui trabalhados de uma forma quase impressionista).
sexta-feira, 12 de março de 2010
LANÇAMENTO DO ECOZINE CELACANTO Nº 2 SOBRE O LOBO
Divulgo hoje um projecto que me deu muito gozo, estando ainda, neste momento, ansiosamente a aguardar pelo resultado final. Trata-se do lançamento do ecozine Celacanto nº 2, dedicado ao lobo ibérico, uma iniciativa da editora Qual Albatroz, com o apoio do Grupo Lobo, que terá lugar no próximo dia 18 de Março, às 18 horas, debaixo da barriga da Baleia Azul, no Museu Nacional de História Natural, rua da Escola Politécnica, nº 58, em Lisboa. Depois de, no ano passado a editora ter lançado uma publicação semelhante, obviamente dedicada ao albatroz, este ano resolveu unir as suas forças ao Grupo Lobo, com o intuito de alertar para as ameaças que esta espécie enfrenta e angariar fundos para a sua conservação (estima-se que em território português existam apenas cerca de 300 exemplares actualmente).
O número de participantes neste projecto chegou aos 80 (mais do dobro dos que colaboraram no primeiro número) e inclui uma grande diversidade de motivos e géneros, como a poesia, a literatura, a banda desenhada, a pintura ou a fotografia. Por isso, para os responsáveis da editora, as melhores expectativas foram superadas e fica já a certeza de que o nº 3 vem a caminho. Quanto à capa, que reproduzo na figura que acompanha este texto, é da autoria de Miguel Rocha, um autor que dispensa apresentações. Como aliciante, fica a nota que no mesmo dia da apresentação da publicação, será inaugurada a exposição Lobos Para Todos, com vários trabalhos de participantes. Esta mostra que estará patente no museu até ao próximo dia 11 de Abril, terá depois carácter itinerante, podendo ser exibida em escolas, bibliotecas e centros culturais. No fundo, "é uma forma de dar a conhecer este projecto a mais pessoas e aumentar o seu valor formativo", como diz Marc Parchow, um dos responsáveis pela Qual Albatroz. Para além disso, "é mais uma oportunidade de contribuirmos para a conservação do lobo ibérico", sendo de notar que "as diversas expressões da percepção deste animal reflectem a importância e a riqueza do mesmo na nossa cultura", como afirma o representante do Grupo Lobo.
De referir, por fim, que o ecozine que será colocado à venda ao público custará apenas 5 €, dos quais 1,5 € reverterá a favor do Grupo Lobo. Deixo também os contactos, com vista ao esclarecimento de quaisquer dúvidas:
QUAL ALBATROZ - Página oficial - http://www.qualalbatroz.pt ; mail: marc@qualalbatroz.pt
GRUPO LOBO - Página oficial - http://lobo.fc.ul.pt ; mail: globo@fc.ul.pt ; tel: 217 500 073
Fica então o convite feito a todos os que queiram participar. Quanto à ilustração com que colaborei, fica, para já e por razões óbvias, no segredo dos deuses.
QUID NOVI IN IMPERIUM? - MAKING OF 3
Acabado que está o preto e branco, vou então começar a trabalhar a cor. Esta também é uma fase relativamente rápida (sobretudo quando comparada com a que se seguirá), mas muito importante para que tudo corra bem. Como tenho a vantagem de trabalhar com layers (camadas) no Photoshop e no Painter (os programas que habitualmente utilizo), começo por dar o que habitualmente designo como cores chapão. Quero com isto dizer que, neste momento, não tenho grande preocupação com a volumetria do trabalho. Isso virá depois. Interessa-me tão somente colocar as cores dominantes. O chão é verde, o céu azul, as caras num tom amarelado, etc. É que, fazendo isso, depois posso seleccionar uma ou duas cores e ir trabalhando a página por secções, como se verá na próxima fase.
Publico também uma página que mais parece arte abstracta, mas não é. É tão somente o resultado que se obtém na layer da cor, habitualmente colocada debaixo daquela em que figura o traço preto (onde só irei dar alguns retoques no final). Assim poderei trabalhar a cor, tendo como matriz dominante o traço preto, estando sempre a visualizá-lo. Claro está, que se lhe tiro a layer do traço preto o resultado é exactamente o que se vê na segunda figura. E quando os retoques de cor estiverem todos dados, tudo será ainda mais estranho. Todavia o que interessa é o conjunto, e aí é que as coisas terão que resultar...
Entretanto, se repararem, a cor de fundo, que anteriormente era preta, já passou para um verde escuro, que na paleta de cores me pareceu a mais apropriada para estas páginas, já que o preto aqui iria, na minha opinião, sobrecarregar em demasia o conjunto. E pronto, agora entrarei naquela que considero uma das fases mais criativas por excelência...
domingo, 7 de março de 2010
QUID NOVI IN IMPERIUM? - DIES IRAE 6
Eis então a segunda parte do projecto com a história de Dias de Cólera convertida para o que seria um álbum. O resto da acção fica à consideração da imaginação de cada um, pois como não tive respostas positivas em relação à eventual publicação, achei por bem não avançar mais...
sexta-feira, 5 de março de 2010
QUID NOVI IN IMPERIUM? - MAKING OF 2
Eis então a segunda fase da criação da página dupla. Confesso que esta fase é das mais rápidas e das que me dá menos gozo, porque se, por um lado, já tenho o esboço feito, por outro tenho ideias bem definidas na cabeça sobre o resultado final. No fundo, trata-se de cobrir com o traço preto todos os elementos essenciais que ficaram no esboço. Aqui é preciso muito cuidado para não sobrepôr demasiados traços pretos (e pelo menos comigo existe muitas vezes essa tentação), já que esta é uma página para ser feita a cores. Se por um lado o preto tem que prevalecer, por outro, temos que ser disciplinados e guardar-nos para a parte em que a cor vai cumprir a sua função. Quanto aos espaços em branco, deixo-os por enquanto à imaginação do leitor. Posso dizer, para já, que esta é uma sequência que se passa algo imersa na bruma...
Quero referir, por fim, que alguns destes traços ainda irão ser sujeitos a um tratamento, quando der a cor à página. Tomem para já como referência para essa fase os pelos da loba e a loba que aparece na terceira vinheta do alto em frente ao legionário que está de costas. Para além disso, a cor de fundo da página não vai ser preta. Todavia, nesta fase deixo-a a preto para ter já uma ideia mais próxima do resultado final. E é aí que se exerce uma das grandes vantagens de trabalhar em computador: é que podemos colocar em layers (camadas) diferentes o desenho em si, as cercaduras das vinhetas e o fundo da página para depois fazer experiências várias, com vista a tirar os melhores resultados. No papel, isso seria mais difícil.
terça-feira, 2 de março de 2010
QUID NOVI IN IMPERIUM? - DIES IRAE 5
Inicio então hoje a publicação do tal projecto inacabado a que já me referi em artigos anteriores. A ideia era a de fazer um álbum em que pudesse recuperar alguns elementos que já havia colocado nas histórias curtas e tornar a acção um bocadinho mais complexa, nomeadamente com a introdução de novas personagens e situações. Por isso é normal que, ao verem certas sequências, haja um bocadinho a sensação de déjà vu, pois a ideia era a de fazer uma história solta de tudo o resto que já havia sido publicado, misturando algumas situações que considerava boas e reuni-las com outras novas. Este livro seria, por assim dizer, uma espécie de remake mais elaborado e a ideia seria a de que fosse lido de forma independente de tudo o que já havia sido feito. Por outro lado, como este foi um projecto inacabado e, na altura em que o fiz, não tinha sequer expectativas de o publicar num blogue, houve algumas vinhetas que acabei por utilizar (às vezes com algumas adaptações, consoante a cena assim o exigia) em álbuns posteriores que fiz, pois considerava um desperdício deitar todo este material para o lixo. Nesta publicação, junto também o mapa do império que elaborei para o projecto e fica finalmente perceptível, aonde é que pertence o desenho que ilustra o cabeçalho do blogue.