Como disse na primeira publicação que fiz sobre o assunto, O Fim da Linha, desde a sua feitura até à publicação ainda demorou algum tempo. Daí que eu tenha iniciado o projecto da forma tradicional e ia sendo feito muito lentamente, porque na altura, trabalhava em publicidade e, só nos parcos momentos livres, é que podia ir avançando com a história. Entretanto, pelo meio, tirei um curso de design gráfico em computador e adquiri a minha primeira máquina: um G3, na altura o topo de gama, no que aos computadores adapatados às artes gráficas, dizia respeito; hoje, uma peça de museu. Mas, como ia dizendo foi no G3 que decidi refazer tudo o que já tinha, aproveitando alguns elementos, dos quais ainda hoje gosto, e eliminando outros que não me pareciam tão bem. Ah, e inicialmente, estava a pensar em publicar a história a cores. Porém, como nas Selecções BD me disseram que era impossível a história sair assim, decidi não dar a batalha como perdida e adaptei-a para o preto e branco. Afinal, no computador, isso é muito mais fácil. E, deixem-me dizer-lhes, que em boa hora o fiz, pois ainda hoje considero que esta BD tem muito mais impacto a preto e branco do que a cores.
Gosto do trabalho a preto-e-branco mas, por exemplo, no segundo painel gosto mais da dinâmica das motos no de cores. E o mesmo me acontece em relação ao terceiro painel.
ResponderEliminarMas realmente o preto-e-branco dá-lhe uma dinâmica diferente.
Antes de mais, dou as minhas boas vindas aqui ao meu cantinho. Em relação ao comentário, concordo que nem tudo saiu tão bem quanto eu esperava. Afinal, foi com este trabalho que dei os meus primeiros passos na arte digital e houve, como em tudo, coisas que resultaram e outras que nem por isso. Percebo o que queres dizer com as motas. O problema é que eu achava no primeiro trabalho que estavam demasiado coladas ao Juventude Inquieta, onde eu aliás me inspirei e queria sair disso. Por isso, decidi representar as motas de forma não tão clássica, mas algo diferente. Provavelmente não foi plenamente conseguido. Agora, em relação ao preto e branco, eu ainda hoje tenho guardada a versão a cores, mas considero que no geral, não tem o mesmo impacto. É caso para dizer que há males que vêm por bem. Abraço.
ResponderEliminarCaro João Amaral
ResponderEliminarAs imagens falam por si ou melhor a prancha que nos é dado ver. Na verdade o preto e branco na banda desenhada transforma o traço e conduz-nos a esse universo imenso das tonalidades. Recordo-me de uma revista francesa de BD que comprava na adolescência o "Charlie", com as famosas tiras diárias dos clássicos americanos. Na verdade ninguém consegue imaginar as tiras diárias ou as páginas dominicais dos "Peanuts" a cores.
Abraço cinéfilo
Rui Luís Lima
João,
ResponderEliminarNão sei qual das duas imagens é a melhor. Essa é a arte que me transformou num fã deste blog. As cores no quadro da estação ficaram incríveis!
Abraço!
Hmmm... Não sei se é por ter re-lido esta tua história há pouco tempo ou se por achar que o P&B em certas histórias tem o poder de transformar uma excelente Bd numa obra-prima... mas eu, apesar de gostar do trabalho a cores, continuo a preferir a versão em P&B devido ao ambiente noir da história, ao fascínio pelo cinema antigo que evidentemente transmite e ao próprio jogo de sombras e luz que a cores se perde.
ResponderEliminarAbraço. :)
teu trabalho é excepcional e a prova disso é a forma como confrontas as situações adversas e amplias a qualidade dos teus trabalhos
ResponderEliminarisso é arte tb
parabens
JRaz
Rui Lima,
ResponderEliminarÉ um facto. Há histórias que viem da cor enquanto outras funcionam claramente melhor a preto e branco. No fundo, é o que se passa também com o cinema. E fica já agora a curiosidade que para passar da cor para o p/b não basta colocar a página em grayscale. Pode-se fazer, mas não chega. Depois há que trabalhar os contrastes, porque no fundo o p/b vive disso e é isso que lhe dá as ambiências e as atmosferas. Daí que as páginas que eu tenho desta história a cores, já efectuadas no computador, se saíssem assim como estão, eram uma verdadeira e grande borrada, eh! eh! eh! Um abraço.
Eric,
São diferentes formas de ver a coisa. Em relação ao quadro da estação, concordo contigo. E foi por isso, que resolvi transpôr quase na integra o quadro da cor para o preto e branco, pois até mesmo a cores já funcionava muito bem no jogo claro/escuro que pretendia mostrar. Um abraço.
OCP,
Eu também. E como disse no texto, há males que vêm por bem. E realmente deu-me um gozo muito grande poder jogar com o preto e branco não tanto como se fazia na BD, mas sim nos filmes. No fundo, pretendi dar à BD aquela ambiência de "filme negro" que tu tão bem referes e que a mim também me fascina. Houve aliás vários filmes desse género que vi com particular atenção, enquanto fazia a BD, nomeadamente o célebre A Dama de Xangai que tem, quanto a mim um dos mais belíssimos trabalho de fotografia que alguma vez vi em filmes. Um abraço.
João,
Epá, mais uma vez muito obrigado pelas palavras. Mas posso-te dizer que uma das coisas que procuro tirar de tudo quanto fiz até hoje é o gozo de conseguir ultrapassar-me. E neste sentido, O Fim da Linha deu-me um gozo supremo no sentido em que, pela primeira vez, desbravei caminhos que nunca tinha experimentado até então. Um abraço.