Para completar o conjunto de publicações que dediquei ao Infante Portugal, mostro então hoje a ilustração que efectuei para o livro de José de Matos-Cruz. A personagem que me calhou foi o Escudeiro Europa, um ser algo ambíguo, que muitas vezes se assume quase como a negação daquilo que foi anteriormente. A exemplo do que Luís Diferr tinha feito para o primeiro livro, resolvi representá-lo como sendo metade homem, metade mulher. É assim alguém que surge em permanente mutação e que, por isso mesmo, é também conhecido como Huno ou Huna Europa, que pretendi representar. Nesse sentido, e procurando não entrar em contradição com o que Diferr já tinha feito, procurei retratar este ser imaginário, quase como se de um super-herói ou super-vilão se tratasse e, quando estava a fazer o desenho, veio-me de repente à memória um quadro de Magritte, intitulado Memória. Decidi então fazer o fundo, um pouco à imagem do que aparece nesse quadro, que inevitavelmente nos leva para caminhos que só a imaginação conhece...
Fica então aqui o trabalho em duas fases que não aparecem no livro (pois a imagem lá, surge a preto e branco): o esboço e a arte-final a cores, onde inclusivamente se pode reparar que este indivíduo de personalidades diversas, até tem um olho de cada cor. Não sei se esta minha representação corresponde ao imaginário do autor, mas foi assim que eu o vi, quando li as páginas que me foram cedidas...
O escudeiro está uma delícia, no seu aspecto andrógino e provocatório... Gostei!
ResponderEliminarBom, eu tive o trabalho facilitado, já que a primeira imagem do escudeiro, como tu dabes, é da autoria do Luís. Bjs e um abraço.
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