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Por incrível que pareça, isto é a montra de um centro comercial, na qual se destaca o cartaz do festival |
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As fachadas dos prédios pintadas com ilustrações de BD's, um dos ex-líbris de Angoulême |
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Primeiro dia do Festival, ainda antes de as portas abrirem. Repare-se na fila de gente que aguarda ... |
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Dany, o desenhador de Olivier Rameau ou História Sem Heróis, em sessão de autógrafos |
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Uma Mina feita para mim, num interessante livro sobre Drácula, desenhada por Pascal Croci |
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E cá estou eu junto a um fantástico desenho de Sokal. Cansado, mas ainda a assimilar novas emoções... |
Durante a semana passada este blogue esteve praticamente inactivo. A razão é muito simples: como disse na publicação anterior, fui a Angoulême, àquele que considero um dos grandes festivais de banda desenhada do mundo. É impossível descrever, quer por palavras, quer por fotografias, o que aquilo é. Só estando lá, é que se dá conta das emoções intensas que por ali se vivem. É um facto que, desta vez, já fui repetente, uma vez que já lá tinha ido em 2009. No entanto, mais uma vez, experimentei a sensação de ver uma cidade que, durante quatro dias, respira, vive e ama banda desenhada. E não falo só do festival em si que, aliás, se encontrava espalhado por todo o lado. Falo de tudo. Desde a multidão que se desloca rumo às exposições (eu encontrei espanhóis, italianos, japoneses, enfim gente de todo o lado), até às montras das lojas que, independentemente do ramo, prestam a sua homenagem à BD, para não falar dos espectaculares murais de vários edifícios, tudo ali nos lembra que acabámos de entrar num outro mundo.
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Vista geral do stand onde estão os editores. |
O que se torna engraçado, é que no meio da multidão que ia aumentando de dia para dia, consegui encontrar gente conhecida. Vi o Geraldes Lino, que em Portugal dispensa apresentações pois o seu trabalho como divulgador da arte é notório, o Nelson Dona, do Amadora BD, o Nuno Amado (conhecido bloguista que assina pelo nome de Bongop) e a mulher, a Aida Teixeira (a Diabba do Inferno da Diaba), o Hugo Teixeira (um talentoso colega de profissão), o Nelson Martins e a Catarina, a sua mulher. Em relação ao Nelson, até posso contar uma história engraçada, pois conheci-o precisamente há dois anos naquelas paragens. E, foi com enorme satisfação, que soube que ele, desta vez, se deslocou a Angoulême para ir autografar o álbum Tout sur les Célibataires, no stand da sua editora, a Joker. E claro está que eu aproveitei a deixa, para ter um livro com um desenho inédito seu.
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Eu e o Nelson Martins, pouco antes dele começar a sua sessão de autógrafos. O seu livro é o que está exposto atrás, entre nós os dois |
Esta é a magia de Angoulême. Recordo-me das palavras do Hugo que dizia emocionado: "Isto é um mundo!" E é verdade. Se por um lado, ficamos extasiados, com a quantidade de livros que queriamos trazer connosco e não podemos, por outro, observamos maravilhados, que ali se junta toda uma horda ligada à banda desenhada. Ali, cruzamo-nos com desenhadores aspirantes como eu, com desenhadores já consagrados, com editores e público em geral. Imaginem pois o meu espanto quando vou na rua e, de repente, dou conta que acabei de me cruzar com o Moebius ou o Jean Giraud. Não sei qual das suas igualmente talentosas facetas é que circulava por ali, mas o que Angoulême tem de fascinante é isso, podemos encontrar quem quer que seja. Claro está que, depois, quando o voltei a ver nos autógrafos, nem pensei em tentar ir caçar um, porque a multidão que o aguardava era já imensa. E isto ainda antes dele chegar. Outra curiosidade engraçada, foi a de ver pessoas carregadas com o seu banquinho e malas de viagem repletas de álbuns para fazerem o seu compasso de espera ordeiramente nas filas dos autógrafos ou das dédicaces, como lhe chamam os franceses.
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A minha serigrafia de XIII, assinada pelo mestre William Vance |
Para além disso, para os coleccionadores e amantes de todo o género de merchandizing ligado à BD, também Angoulême é um mundo que se descobre. Num enorme pavilhão intiulado ParaBD há de tudo, desde pranchas originais, a colecções de livros que já não se encontram no mercado, a bonecos vários, consoante os gostos e as disponibilidades das carteiras. Este ano senti-me particularmente realizado, porque trouxe uma serigrafia de colecção, com a tenente Jones, a principal personagem feminina da série XIII, desenhada por William Vance, um dos desenhadores que eu admiro quase desde que me conheço. Não é difícil por isso calcular a minha satisfação quando pude adquirir aquela ilustração assinada pelo próprio.
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Snoopy, um dos homenageados deste ano |
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O Mundo de Troy, um universo que começou com Lanfeust |
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Mais um pormenor da exposição dedicada ao Mundo de Troy |
Por fim, claro está, existem ainda as exposições. Eu não tive tempo para as ver todas. Não vi por exemplo a dedicada ao aniversário do Snoopy ou a Baru, o vencedor do ano transacto que este ano, como é tradição, era o presidente do Festival. Para o ano será Art Spiegelman, o famoso criador de MAUS. Mas ainda vi a dedicada ao mundo de Troy que, além de ser fabulosa, era uma das que registava sempre enormes filas à porta de entrada ou uma outra intitulada BD's e Hieróglifos, como o nome indica, consagrada a bandas desenhadas passadas no Egipto do tempo dos faraós. E, foi numa dessas exposições que vi e que estavam espalhadas por todo o lado, desde a rua, aos edifícios públicos ou às igrejas, que registei uma curiosidade: numa mostra dedicada a um livro sobre os navios na banda desenhada franco-belga, encontrei a reprodução de uma prancha do português E.T. Coelho, mais concretamente de Ragnar, o Viking, feita durante os anos 50. Fica a fotografia desse momento.
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Ragnar, o Viking, de E.T. Coelho, integrado numa exposição e num livro dedicado aos barcos na BD |
Não é por isso difícil imaginar os problemas que tive em seleccionar fotografias para ilustrar este artigo. No entanto, na página do Facebook, ligada a este blogue e intitulada By João Amaral irei publicar algumas das que aqui tive que deixar de fora, para vos poder dar uma visão um pouco mais abrangente daquilo que por lá vi durante estes dias de intensas emoções. Para já, e como o texto já vai longo, fico satisfeito se vos conseguir captar um pouco do entusiasmo que mais uma vez por lá vivi e que recordarei até ao fim da minha existência...
Fotos: Cristina Amaral
Excelente reportagem.
ResponderEliminarFico contente que já estejas melhor.
Um grande abraço e um beijinho (se não for contagioso, he he!)
Ahh .... bolas... agora fiquei invejoso!
ResponderEliminarNão vi aquele mural espectacular!
Vou roubar-te a foto...
:D
Abraço
Que mundo incrível! Pelo que tenho visto em fotos e blogues, dado que ainda não conheço Angoulême, os murais são espectaculares...falta disso em Lisboa....eheheh
ResponderEliminarEssa serigrafia é um mimo!
Ando deliciado com as vossas foto-reportagens!
Abraço
Obrigada por partilhares, parece realmente ter sido um grande evento.
ResponderEliminarJoão, confesso que apesar de Angoulême ser um Festival altamente reputado, ainda não tinha sentido aquele ímpeto de o visitar, mas de certeza que depois de ver essas fantásticas fotografias, esse terá de ser um dos locais a visitar obrigatoriamente num futuro próximo!
ResponderEliminarUm Grande Abraço e obrigado pela partilha! :)
Incrível! Aquela fachada é um monumento à arte. Penso que as nossas cidades ficariam muito mais valorizadas culturamente e estéticamente se fossem aplicadas essas ideias nas fachadas de alguns prédios. Um grande bem haja por nos colocares virtualmente em Angoulême!
ResponderEliminarLelé Batita,
ResponderEliminarObrigado. De facto, agora já me começo a sentir melhorzinho, mas ainda foram cinco dias às voltas com a gripe. Beijinhos.
Bongop,
Se isso te consola, eu também só o vi desta vez. É num edifício próximo da estação, mas algo escondido. Podes juntar a foto à tua colecção dos murais. Um abraço.
Verbal,
E só se percebe o quanto é incrível quando por lá se anda. Não há fotos ou textos que lhe façam justiça, por mais rigorosos que queiramos ser. Em relação à serigrafia, posso-te dizer que só por isso já valeuç a pena lá ter ido. Um abraço.
Ana C. Nunes,
Espero pelo menos ter aguçado a curiosidade, pois aquilo de facto, como disse o Hugo Teixeira é um mundo. E por muito que se queira partilhar ficam sempre muitas coisas de fora. Um abraço.
Paulo Marques,
E acho que fazes muito bem, porque para quem gosta de banda desenhada a todos os níveis, Angoulême é de facto um local de peregrinação obrigatória. Um abraço.
Jay Jay,
E posso-te dizer que como aquela fachada há muitas mais. No Leiturtas Bd poderás ver mais algumas. Quanto ao colocar virtualmente, eu fiz os possíveis, mas garanto-te que aqui só se vê um bocadinho do que aquilo é. E eu apesar de me ter deslocado lá pela segunda vez, não deixei de me sentir maravilhado como um neófito, porque aquilo é de facto impressionante. Um abraço.
Caro João Amaral
ResponderEliminarEsta viagem até ao Festival de Banda Desenhada de Angoulème deve ter sido maravilhosa e certamente ficou na vossa memória para sempre.
Obrigado por compartilhares esta aventura
Um Abraço cinéfilo
Rui Luís Lima
Rui Luís Lima,
ResponderEliminarDe facto, esta já foi a segunda vez que fui a Angoulême, mas concordo contigo no facto em que qualquer uma das viagens me irá acompanhar até ao resto dos meus dias pela quantidade de experiências e emoções que ali vivi. Um abraço.