Este tem sido para mim um ano intenso de emoções e novas experiências. A par de exposições em Odemira, Beja e Viseu (que ainda decorre até ao dia 22 deste mês) e um prémio pelo meu trabalho, tive também, pela primeira vez, o que se pode designar como uma espécie de tour por várias escolas do país. E, se já tinha tido algumas (poucas) experiências de falar para um público, a verdade é que estas constantes viagens pelo país que decorreram entre Fevereiro e Maio, foram também para mim uma constante aprendizagem. É que nós os desenhadores estamos habituados a passar a maior parte do tempo "isolados na caverna", em plena labuta de criação...
Fundão, Campo de Besteiros, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra, Viseu, Braga, Marinha Grande, Torres Novas, Caldas da Raínha, Abrantes e Espinho foram as localidades que visitei e onde fui espectacularmente recebido. Tenho, aliás, muito que agradecer aos professores e aos comerciais da ASA que me deram todo o apoio e carinho necessário para que tudo corresse bem. E, pelo menos para mim, correu, de facto. De todos os sítios por onde passei guardarei na memória imensos, incríveis e diferentes momentos. Tal como acontece no teatro, embora o guião seja o mesmo, a verdade é que o público que existe em cada um dos locais torna o espectáculo diferente e único. E isso, de facto, aconteceu. Ficam, a título de exemplo, as curiosidades de fazer pela primeira vez desenhos em tamanhos colossais ou a de elaborar uma comic-jam com alunos, na qual fui apenas responsável pela primeira vinheta...
Claro que o assunto que mais abordei andou à volta do meu mais recente trabalho Cinzas da Revolta, feito em parceria com Miguel Peres. Mas isso foi apenas o mote para poder partilhar com os alunos que me viram, um pouco da minha experiência à volta da banda desenhada, nomeadamente sobre a forma como uma prancha é concebida desde o argumento até à arte final. Espero com isso ter conseguido despertar algum interesse nestas jovens audiências, pois será dali que sairão os argumentistas e desenhadores, no fundo os autores de amanhã, pois também eu despertei para a banda desenhada graças aos inputs que fui recebendo dos trabalhos de vários autores que ainda hoje muito admiro.
Resta-me por fim mais uma nota de agradecimento aos professores que me acompanharam, pois se esta publicação tem algumas fotos, foi graças a eles, que me fizeram o favor de ir documentando esta minha nova e muito rica experiência pelas escolas do país. E, se não existem de todos os sítios por onde andei, a culpa é exclusivamente minha, pois nem sempre me lembrei de as pedir... Cá está um exemplo da minha falta de experiência nestas andanças... e da distração dos desenhadores que é lendária...
Já agora só é pena não haver vídeos, cujos me satisfariam a curiosidade desses momentos. (Não se pode ter tudo). Espero que te tenhas divertido, entretanto. :)
ResponderEliminarPois, Carlos, vídeos infelizmente não há e como disse no texto existem algumas fotografias porque de vez em quando me fui lembrando de pedir para se tirarem algumas. Agora, quanto ao resto foram de facto experiências únicas e diverti-me bem mais do que em princípio poderia esperar. Um abraço.
EliminarParabéns pela iniciativa!
ResponderEliminarbem haja
Obrigado, Clara, embora o mérito da iniciativa não seja meu, mas sim da ASA que se lembrou de fazer isto comigo, como aliás tem feito com outros autores. Um abraço.
EliminarParabéns, João, pelo teu texto-reportagem sobre uma iniciativa em que participaste a fundo, com o teu espírito comunicativo e o teu entusiasmo pela BD. Se esse espírito e esse entusiasmo tiverem contagiado as jovens audiências, como tudo indica, ficarás como um exemplo da boa vontade ao serviço de uma causa nobre, que é a educação visual, algo que muito ajudou os jovens do meu tempo a abrirem a mente e o espírito a novas formas de arte e de comunicação.
ResponderEliminarUm grande abraço do
Jorge Magalhães
Pois, Jorge, espero ter conseguido deixar algumas sementes para continuar a desenvolver pelas gerações futuras um amor à banda desenhada. Afinal, todos nós acabamos por despertar para isto, graças à influência directa ou indirecta que alguém exerceu sobre nós. Pelo menos, para mim estas foram experiências que contribuiram para descobrir todo um novo mundo que praticamente desconhecia e gostei em particular do facto destas terem sido sessões em que houve de facto interactividade. Um abraço.
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