É já na 7º Mostra do Clube TEX PORTUGAL, que se realizará nos próximos dias 30 de Abril e 1 de Maio, no Museu do Vinho, na Anadia que irá ser lançado Rattlesnake, o meu mais recente trabalho em banda desenhada. Esta é a concretização de um sonho que alimento há muito, que é o de construir um western, que é provavelmente um dos meus géneros favoritos. É verdade que já tinha feito algumas aproximações a este tipo de trabalho. O Fim da Linha é um perfeito exemplo disso, pois apesar de se passar numa aldeia portuguesa no fim do milénio, mais não é do que um remake do célebre O Comboio Apitou Três Vezes, de Fred Zinnemann. No entanto, persistia aquela vontade de criar algo numa área com a qual sempre me identifiquei, desde muito novo...
É então assim que surge Rattlesnake, inicialmente um projeto de sete páginas que apresentei a editoras estrangeiras (essas sete páginas poderão ser vistas neste link: https://joaocamaral.blogspot.com/search?q=rattlesnake) e que ao longo de alguns anos não passou disso mesmo, uma vez que tive respostas negativas e algumas ausências de qualquer tipo de resposta. Após a publicação dessas sete páginas aqui no blogue fui então abordado pelo meu atual editor, o Jorge Deodato, que me perguntou se eu não teria interesse em publicar o livro. E, é a ele que devo um grande agradecimento pelo interesse demonstrado. Conforme lhe disse na altura, gostaria mesmo muito de publicar o livro, mas teria ainda que fazer as restantes páginas, apesar de já ter o argumento mais ou menos delineado. É portanto depois deste percurso que, um ano depois, posso então apresentar finalmente o livro pronto que irá então sair sob a chancela da Escorpião Azul.
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Esboço da página 11 |
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Página 11 |
E chama-se Rattlesnake, porquê? Na verdade, este nome não passa de um alcunha de uma mulher que quis construir com uma certa aura de mistério. Este epíteto surge devido ao facto dela, uma caçadora de prémios, simular o som de uma cobra cascavel antes de matar as suas vítimas. E é o seu percurso que a história irá seguir, apesar de, em momento algum, se conseguir exatamente saber qual é o seu nome e que mistérios é que o seu passado encerra. Sabemos apenas que ela é dotada de um profundo senso de justiça e que está pronta para ser a voz dos que não têm voz...
Para além disso Rattlesnake marca também a minha estreia numa banda desenhada integralmente feita a aguarela. Esta é uma técnica que eu só comecei a dominar a partir dos 50 anos, mas pela qual fui ganhando uma progressiva admiração quando comecei a conseguir alcançar alguns resultados. Por isso, há muito tempo que sonhava um dia poder vir a realizar uma BD com esta técnica, facto que agora finalmente concretizo depois de ter feito uma série de gravuras e estudos.
Fica então feita uma pequena apresentação deste meu próximo livro que eu próprio neste momento aguardo com alguma expectativa, pois foi um trabalho em que depositei muito de mim mesmo, não só na criação artística, mas também na construção das próprias personagens e da historia. Só espero que dê tanto gozo às pessoas a ler, como a mim me deu a produção de todo este universo onde faço algumas pequenas homenagens a dois cineastas que adoro: John Ford e Sergio Leone.
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