Apesar de Tex Willer continuar a ser a grande personagem homenageada na 8ª Mostra do Clube Tex Portugal que se realizará em Anadia, no Museu do Vinho, a 29 e 30 de Abril, é também aqui que, a exemplo do que aconteceu no ano transato com Rattlesnake, irá ser lançado A Oeste, o meu mais recente trabalho de banda desenhada.
E, mais uma vez, faz algum sentido que esta obra, realizada a preto e branco, seja lançada nesta mostra. É que, não sendo propriamente um western, a verdade é que reúne alguns lugares comuns daquele que é um dos géneros favoritos do autor, apesar de, como o nome indica, a ação se passar a oeste da Europa, ou seja, em Portugal, em pleno século XIX.
E como é que se pode resumir então esta banda desenhada? Bom, tudo começa com alguns rumores de que a oeste parecem soprar alguns ventos de mudança... No entanto, isso pode fazer somente notar que afinal apenas corre no ar um sopro, cujo real propósito é apenas o de agitar a folhagem, para na realidade, ficar tudo na mesma. Afinal, os grandes ideais são compostos por homens e nem sempre os que os propagandeiam são os melhores elementos. A causa, muitas vezes até pode ser justa, mas como diz o povo, de boas intenções está o inferno cheio...
E é também a oeste que surge também uma aragem gélida, sob a forma de uma mulher. Já não é a primeira vez que ela se debate com esses ventos que muitas vezes não defendem o que dizem defender. E, é talvez por isso, que sente que tem que repor alguma justiça num mundo muitas vezes carente dela. O seu nome ninguém o sabe, apenas é conhecida como vampira, porque tem sempre o propósito de extrair o sangue ruim que se ergue à sua volta...
É, portanto, entre a confrontação de uma monarquia que aparentemente parece estar já verdadeiramente decadente e o esboço de uma espécie de proto-república que tem o propósito de a substituir, que toda a ação desta história se passa...
O lançamento de A Oeste será então no domingo, dia 30, às 16.00 horas, no Museu do Vinho e contará com a minha presença, a de Jorge Deodato, o meu editor e ainda Mário Marques, na qualidade de moderador. Mas, para além disso, irá estar patente uma pequena exposição com a reprodução de algumas pranchas que mostram um pouco da arte que desenvolvi para este livro.
Fica, portanto, feito desde já o convite a todos os que quiserem aparecer para este que será apenas mais um acontecimento suplementar numa mostra que, a exemplo do que aconteceu nos anos anteriores, irá, com toda a certeza, reunir um grande número de admiradores não só de Tex Willer, mas também do western e da banda desenhada em geral.